Antes tarde do que tarde demais. Há meses que queria escrever um blog com o propósito de contar aos amigos e família sobre meu tempo aqui na Europa, mas a procrastinação é intrínseca ao ser humano e aí já viu.
Já são quase 6 meses longe do conforto da saia da mãe e mesmo assim parece que foi ontem que coloquei meus pé na bucólica Dublin. Aos amigos de Curitiba que tanto reclamam da chuva e do frio saibam que aqui faz parte do dia-a-dia e talvez seja por isso que a taxa de suicídio aumentou 7% este ano segundo o Irish Times.
Quando cheguei, depois do voo mais turbulento que já enfrentei, fazia um dia típico de inverno dublino: chuva, vento e muito frio. A primeira sensação é de que você é um cão que acabou de ser abandonado no mau tempo e, por mais que saiba que tudo vai ficar bem, a vontade de voltar para casa é grande. A minha começou com a desagradável surpresa ao ir buscar minhas malas no aeroporto de Dublin, depois de mais horas dentro de avião que qualquer cérebro e corpo sadios podem aguentar, descobri que haviam perdido a única coisa que não podiam: meu andador. (AKA Christopher Walker devidamente batizado pela minha colega de pós Isabelle).
A confusão foi por conta de uma escala muito apertada feita em Amsterdã e com certeza por incompetência da companhia inicial (GOL). Em viagens depois pela Europa não tive esse problema.
Enfim, minha sorte foi conseguir uma carona direto para a casa que eu iria ficar por 2 semanas e ajuda de pessoas muito solicitas.
Depois de 1 dia e meio o Christopher apareceu danificado. Ainda podia ser utilizado, mas eu sabia que logo iria quebrar de vez e foi o que aconteceu na semana seguinte. Não podia pedir outro à companhia porque a GOL me fez preencher um documento dizendo que estava transportando um equipamento que não devidamente embalado (coisa que só no Brasil existe).
Dá para imaginar minha alegria aqui no começo ¬¬. Mas depois que o Jhonny Walker chegou (sim, agora dou nome a eles) e eu aprendi a me virar de Dublin Bus a coisa ficou mais fácil e eu comecei a ver o lado bom da cidade. As primeiras fotos foram a noite, pois na época 16:30 já estava tudo escuro e isso me incomodou menos do que a chuva diária.
